segunda-feira, fevereiro 20, 2006

"Capitões"

Sá Pinto. O último capitão.

Neste fim-de-semana estava a a ver os jogos dos três grandes e constatei um facto: Já não existem verdadeiros Capitães (com "C" maiúsculo). Aquele que dentro de campo é um líder e que todos ouvem e tentam seguir. Aquele que fora das quatro linhas impõe o respeito no balneário e tenta transmitir a alma do clube. Aquele que é admirado por todos e que quando joga percebe-se que sente o peso da história do emblema que representa.

No FC Porto, com a saída de Jorge Costa, desapareceu a mística do capitão azul e branco. Neste momento, quem "carrega" o peso da braçadeira são jogadores como o Paulo Assunção, que não conhecem e vivem o verdadeiro "dragão". Basta oferecerem um ordenado um pouco melhor para se venderem imediatamente. Relativamente ao Pedro Emanuel, falta-lhe "qualquer coisinha" para ser um líder e o Baía, último capitão portista, já nem é titular (nem capitão porque o Co Adriaanse, estupidamente na minha opinião, não dá a braçadeira a um guarda-redes). Enfim. Mas o que é feito de um balneário constituído por Jorge Costa, Fernando Couto e o João Pinto? Os portistas sempre "viveram" muito dos seus capitães, mas agora não existe um "patrão" na equipa e isso sente-se.
No Benfica, onde andam os "Humbertos Coelhos" ou "Velosos"? Neste momento o líder encarnado é um futebolista que, na minha opinião, não sente a camisola e o ENORME historial dos encarnados e ambiciona desesperadamente abandonar o estádio da Luz à procura do "contrato da vida". E por cada clube que passa diz ser "o da sua vida". Aparenta utilizar a braçadeira encarnada para benefício próprio e não ao contrário, como deveria ser. Em certa maneira eu entendo o Simão em querer mais dinheiro, mas o que é feito da mítica "alma benfiquista"? É o Petit ou o Luisão que a carregam? Não me parece, embora ambos sejam líderes em campo (na minha opinião, até bastante mais que o Simão), mas (ainda) não "sabem" o que é o Benfica.

Finalmente, no meu clube penso existir dos últimos capitães dos três grandes (juntamente com Baía). Sente a camisola como ninguém, é um líder e um verdadeiro guerreiro. Mas, se não joga (ou quando abandonar o futebol no final da época), quem ficará com a braçadeira que outrora equipou Manuel Fernandes ou mesmo Pedro Barbosa? Será Custódio? Aparentemente é essa a opção, mas lá está, não é um líder em campo e no balneário. Moutinho? Ainda é muito jovem e um capitão tem de ser experiente. Carlos Martins? Talvez seja uma boa opção uma vez que se formou no clube, sente a camisola, é combativo e aparente ser um líder. Mas só o tempo dirá se tenho razão ou não.
Em suma, é inacreditável a "banalidade" com que se utiliza a braçadeira de capitão nos três grandes. Já não há um verdadeiro líder. Hoje em dia já não existem capitães, só "capitões".

1 Comments:

At 2/20/2006 09:00:00 da tarde, Blogger LEÃO DESDENTADO said...

Meia, acertaste na "mosca"! Fiquei hj a saber exactamente isso que disseste: O Quim tem imensa "liderança" e influência no balneário. De tal modo que o gajo ter perdido a baliza para o Moretto, etc, etc, não fez mto bem ao balneário encarnado (que apoiava o Quim). E se queres que te diga ainda mais, poucos dias após o Moretto ter chegado ao SLB, o próprio Quim telefonou a um editor d'A Bola (depois digo-te o nome dele em particular) a contar o que se passava, a dizer em primeira mão que ia perder o lugar na baliza encarnada e que o balneário estava com ele e contra a decisão do Koeman! :))

 

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