Sete pecados mortais

(Desculpem a dimensão do texto mas é necessário perante a actual realidade leonina).

• Psicologicamente a equipa está desgastada e não acredita em Peseiro. Um treinador tem de ser um líder. E um líder tem de impôr respeito. Actualmente, o técnico de Coruche não consegue criar um clima de confiança e de liderança no seio da equipa. Em suma, sem acreditar a formação leonina nunca conseguirá dar a "volta por cima". Derrotas contra a Udinese e Halmstad não ajudaram.
• Fisicamente o conjunto leonino está de rastos. Não é só nas lesões que se vê o mal trabalho do preparador físico (penso que seja o Luís Martins), é também dentro de campo. Ou seja, além das recentes e constantes lesões de Edson, Rogério, Custódio, Tonel, etc, a equipa não consegue preenher os espaços em campo. Qualquer equipa vencedora tem de ter uma preparação física invejável (veja-se o exemplo da Juventus, Chelsea, etc).
• Tácticamente um desastre. Peseiro está de tal forma desorientado que todos os jogos tenta novas estratégias. No ano passado tinhamos um futebol curto e de contenção, enquanto no início desta temporada tentou mudar para um estilo mais directo. Até aqui tudo bem, uma vez que adaptou a equipa/estilo aos jogadores que tinha (saída de Rochemback e "descida" de Douala mais para o meio-campo). No entanto, num jogo directo é necessário não se falhar muitos passes e o meio-campo estar bem distribuído. Situação que não acontece. Refira-se ainda que considero que o conjunto leonino tem muitos bons jogadores e que, colocados nas suas posições, com uma boa preparação física e psiológica e com um bom "desenho táctico", pode trazer o título para Alvalade.
• Desenho táctico cheio de "rabiscos". O Sporting anda "perdido" em campo, senão vejamos: No eixo da defesa os centrais perdem-se constantemente sobre se devem marcar à zona ou ao homem e em que situação devem mudar. Os laterais têm sido os "suplentes" e é inconcebível que uma equipa que queira lutar pelo título não tenha substitutos capazes de não comprometer (Tello e Miguel Garcia. Penso que disse tudo...). No meio-campo, quando joga Luís Loureiro, este não sobe e encosta-se muito aos centrais, o que faz com que percamos uma unidade essencial no centro do terreno, enquanto a distribuir é o que se sabe. Quando é Custódio, este não está em boa forma fisíca e psicológica e, tal como Loureiro, não "defende" a subida dos laterais, falha muitos passes e não tem estado com uma boa colocação em campo. Douala ainda não sabe se é extremo, médio-ala ou ponta esquerda (si, há BASTANTES diferenças), enquanto João Alves e João Moutinho "chocam" constantemente. (Já repararam que com a inclusão do ex-bracarense o "miúdo" tem andado um pouco desaparecido?). Eu penso que estes jogadores são mais do que compatíveis, mas com outro desenho. Peseiro tem falhado, também aqui, em continuar a insistir neste esboço. Finalmente, Liedson e Deivid apagam-se, actuam invariavelmente nos mesmos terrenos e, em especial Liedson, tem sido mais egoísta quando tem a bola nos pés em vez de tentar "intrusar-se" com o outro brasileiro.
• Na direcção, o projecto foi bem executado (estádio, centro de estágios, Alvaláxia, etc), mas agora é necessário sangue e ideias novas, já que, como tenho dito, a actual direcção está gasta. Ainda para mais os dirigentes "abandonam" a equipa (veja-se Rui Meireles e Paulo de Andrade em Paços de Ferreira) e não apresebtam resultados e um bom trabalho.
• "Um bom líder é aquele que muda de estratégia rapidamente mediante as circunstâncias" - General Patton (II Guerra Mundial). Dias da Cunha não tem sido um líder (quando tem de ser!) porque continua a insistir numa situação que não traz proveitos. Está a fazer disto uma "aposta pessoal" quando o que está em jogo é o futuro próximo do Sporting.
• Por ser o ano do "Centenário" os dirigentes criaram uma expectativa muito elevada que, em caso de correr bem, seria fantástico e inesquecível. Porém, se tudo corresse mal...olhem, o resulado está à vista.