quarta-feira, maio 04, 2005

Peseiro, o inflexível.

"O verdadeiro líder é aquele sabe mudar a sua estratégia consuante as circunstâncias e o adversário" - Sun Tzu
Durante esta temporada tem sido extremamente complicado para um adepto sportinguista falar do seu treinador José Peseiro. No que me diz respeito, já ouvi de tudo. Que era o homem certo para o lugar, que era um "padeiro" e que devia ser demitido no final da época. Enfim, inúmeras opiniões. Contudo, eu faço parte daquela pequena percentagem que o trabalho do técnico luso cria uma certa indecisão.
Penso que Peseiro tem todo o mérito em ter alcançado as meias-finais na Taça UEFA, assim como o segundo lugar da Superliga com fortes hipóteses de a conquistar (independentemente do campeonato naacional ser nivelado por baixo ou não). Situação que me deixa imensamente orgulhoso do meu clube e satisfeito com o "meu treinador". Contudo, intriga-me uma pequena questão em relação ao técnico leonino. Ou seja, há determinados casos de aflicção que o técnico do Sporting não consegue abandonar o seu esquema habitual de quatro defesas, um "diamante" no meio campo e dois avançados (na minha opinião bem estruturado). Temos como exemplo o jogo contra o Beira-Mar (que vencemos com um golo nos últimos minutos) e em que Peseiro, empatado a zero, decidiu trocar o Niculae com o Barbosa e adiantar o Douala.
Na minha óptica, em situações de desespero e em que o adversário não cria grande perigo, há que ser minimamente flexível e arriscar. Tal como faz Trapattoni apesar de (talvez injustamente) ser bastante criticado por ser um técnico antiquado e fiel ao seu esquema táctico. De facto, graças à velha raposa, o SLB tem-se safado nos últimos jogos ao conquistar vitórias pela margem miníma. Se formos analisar correctamente, facilmente constatamos que a "táctica"/estratégia utilizada por Trap é a certa em determinadas situações, ou seja, colocar em campo toda a "artilharia pesada" e através de um futebol directo tentar alcançar o golo (veja-se o exemplo do Mourinho que também faz o mesmo). E se a equipa adversária estiver com o "autocarro estacionado à frente da baliza", é rematar, centrar e jogar o mais simples possível e esperar que exista um ressalto, desvio, desatenção, etc, que resulte num golo e consequentemente na conquista dos três pontos que no fundo é o essencial do jogo.
E tem sido assim que "a velha raposa" tem ganho os últimos desafios (e demonstrado ser um líder), e como eu gostaria que Peseiro, por vezes, também fizesse. Talvez desta forma não tivessemos empatado encontros essenciais para atacarmos o primeiro lugar da Superliga e não tinhamos aprofundado este verdadeiro estigma que é a a liderança da competição.